28 de fevereiro de 2007
28. Ovos
Woody Allen in «Annie Hall»
27 de fevereiro de 2007
26 de fevereiro de 2007
26. Felizmente...
- não partilho o gabinete com o José Saramago;
- o meu vizinho de cima não é o Meat Loaf;
- a água em Lisboa é, em geral, potável;
- o terramoto de 12 de Fevereiro foi pequeno;
- a linha verde só avaria de vez em quando;
- a bolsa está a subir;
- possuo um telecomando para a televisão (i.e. não preciso de ver a Hora H);
- as araras não são um animal de estimação comum;
- a maioria dos portugueses falam português;
- os restaurantes chineses e o Pingo Doce estão abertos ao domingo.
Pensamentos positivos para uma segunda-feira.
25 de fevereiro de 2007
25. Ursos
Nos anos 70 havia ainda outra alternativa: por vezes atravessava-se a fronteira e enchia-se o Volkswagen Brasilia com embalagens de Cola Cao, pêssego em calda e gel de banho. O Cola Cao passou a ser o meu favorito. Quando acabava, entre viagens a Badajoz, ao pequeno-almoço, maldizia as colheradas de Nesquik que me deitavam no leite.
Depois veio a CEE e o Cola Cao instalou-se por cá. Mas infelizmente já era tarde de mais para mim. Apesar de ainda o apreciar bastante, já não chegou a tempo de satisfazer a minha ansiedade infantil.
Os anos 90 trouxeram modalidades mais requintadas: ainda comprei algumas vezes o pretencioso Cadbury. Mas o meu alinhamento com o movimento operário impedia-me de continuar a consumir produtos de gama alta.
E foi assim que, com agrado, descobri o achocolatado instantâneo do Continente. É saboroso. Tem uma embalagem honesta, fabricada com folha de alumínio e cartolina. Gosto também do urso que, tendo o tamanho de uma chávena, espeta o seu polegar e me convida, com uma vitalidade quase lasciva, a ter um dia positivo.
Se ignorar o polegar espetado, que associo ao modelo de sucesso norte-americano, o resto da embalagem transporta-me para a Leninegrado dos anos 60. Produtos únicos, embalagens simples, qualidade sofrível, bonecos risonhos. Acho que isso tem muito a ver com o ursinho Misha (mascote dos Jogos Olímpicos de Moscovo em 1980).
24 de fevereiro de 2007
24. O Braço de Prata
Novo Almanach de Lembranças Luso-Brazileiro para o anno de 1895
23 de fevereiro de 2007
22 de fevereiro de 2007
22. Capricho e preconceito
Apesar de concordar com muitas das afirmações (as que dizem respeito ao regime político e económico), fiquei um pouco surpreendido (ou talvez não) com outras (as que dizem respeito à cultura e sociedade):
«... acho a sociedade chinesa cruel, fechada e desinteressante, remota em relação aos nossos gostos e conceitos.»
«Os chineses são impenetráveis...»
«Tudo, na China, é estranho à sensibilidade europeia, e não é pelo facto de a China ser uma potência emergente que se tornou uma sociedade mais humana ou mais amável.»
«... é impossível não perguntarmos o que diabo fazem tantas lojas chinesas em território português e quem sustenta e apoia estes comerciantes que resolvem vir para Portugal e para uma região de Portugal que está nos antípodas da sua sensibilidade, como o Alentejo.»
Note-se que nunca estive na China. Nem no «Oriente». Mas a minha sensibilidade europeia está, aparentemente, nos antípodas da «sensibilidade» da Clara Ferreira Alves.
21 de fevereiro de 2007
21. Deveras aliciante
Para deixar o registo deste passado televisivo:
1. O Ponto por Ponto era um «magazine» televisivo que preenchia a tarde dos dias de semana no final dos anos 80 e início dos anos 90.
2. Tinha vários «apontamentos de reportagem», apresentados pelo Raul Durão, e «rubricas», apresentadas por diversos especialistas.
3. O Paulo Dimas apresentava a «rubrica» de jogos de computador. O Vasco Brilhante, o cinema. O Artur Varatojo, o crime. Alguém apresentava coisas sobre ciência.
4. A mira técnica acabou de forma pouco clara, em 1992 (?), depois de referendo nacional sobre o assunto.
5. Os avisos da Polícia Judiciária sobre os desaparecidos acabaram porque a nervosa comunidade nórdica de Lisboa não suportava saber que aquelas pessoas andavam à solta pelo país.
20 de fevereiro de 2007
20. Momento político
1976: 59,6%
1980: 65,3%
1984: 59,8%
1988: 62,4%
1992: 56,9%
1996: 56,9%
2000: 56,0%
2004: 53,7%
2007: ?,?%.
Além disso, ainda o referendo do aborto: na Madeira a percentagem do Não desceu de 76 para 65%. Apesar destes sinais, pelas últimas declarações, a oposição dos «cubanos» terá já desistido de tentar chegar ao poder no Funchal.
Entretanto, ainda não comecei a ler as Recreações Botânicas da Marquesa de Alorna.
* Sim, é o senhor do bombo.
19 de fevereiro de 2007
19. Interlúdio
18 de fevereiro de 2007
18. Almanaque
Uma coisa inteiramente especial e digna de estudo é o aspecto das numerosas diligencias, breacks e chars-á-bancs, que circulam sobre as estradas do Minho, desde os Arcos e desde Ponte do Lima até Vianna.
Dois pequenos garranos, quando não é um só, puxam por cima do macadam faiscante de sol as mais phantasticas carradas de gente e de objectos que a imaginação póde conceber. Dentro do vehiculo senta-se a primeira camada de passageiros nas bancadas. Depois de todos os lugares occupados estrictissimamente, á cunha, o vehiculo considera-se completamente vazio, e mette-se-lhe a segunda camada de passageiros, collocada exactamente em cima da primeira. Feita esta operação começa o interior do carro a achar-se quasi cheio, mas não cheio de todo, porque entre o tecto, os joelhos e os bustos dos passageiros da segunda camada, nota-se ainda um espaço oblongo a toda a extensão da berlinda, desde a portinhola do fundo até ao vidro da frente. Preenchido este espaço com um passageiro extendido ao comprido, passa-se a occupar os bancos da imperial e o tejadilho.
Fóra, em vez de ir empilhados como no interior, os passageiros são ensandwichados methodicamente com as bagagens e com as mercadorias, pela ordem seguinte: camada de mercadorias, primeria camada de passageiros, primeira camada de bagagens, segunda camada de passageiros, segunda camada de bagagens; e em cima de tudo isto o penso para os garranos, os merendeiros e os varapaus dos passageiros, e no ar, a um lado, seguro da almofada pela cinta, seguro do guarda-lamas pelas pernas, o cocheiro levado a bruços pelos viajores.
Para quem olha de longe, a carruagem desapparece completamente sob a enorme massa viva, e não se vê mais que um inverosimil cacho de gente agarrada uma á outra por um engaço mysterioso, bamboleando ao sol, oscillando da direita para a esquerda e da esquerda para a direita e proseguindo lentamente, levado por duas formigas.
Chegados ao termo da viagem, na praça mais espaçosa da povoação, os garranos param, a carruagem esvazia-se, e a praça enche-se.»
Ramalho Ortigão, in Novo Almanach de Lembranças Luso-Brazileiro para o anno de 1895.
17 de fevereiro de 2007
17. Momento neo-romântico
O brando Inverno unia-nos no calor desumano. Sem palavras, só os gestos existem, vagarosos e calculados.
16 de fevereiro de 2007
16. Jornais de Agosto
Ao contrário dos poderes locais e de alguns nacionalistas mais abespinhados acho interessante este intercâmbio internacional com o país vizinho. Acho que vale a pena. Só de pensar nas pratadas de churros fico com vontade de ir visitar as minhas primas de Elvas no recobro pós-parto.
Por outro lado, esta arqueologia faz pensar que, apesar do que se diz, os acontecimentos desenrolam-se com relativa lentidão. Em Agosto era já notícia que «Irão anuncia nova fase do seu programa nuclear». Nesse tempo o nome do presidente iraniano era ainda misteriosamente omitido das reportagens faladas na rádio ou na televisão. De facto, Mahmoud Ahmadinejad não é muito fácil de pronunciar.
A minha requintada ironia faz-me lembrar que a Ásia Central continua a boicotar os media ocidentais: Gurbanguly Mälikgulyýewiç Berdimuhammedow foi esta semana eleito presidente do Turquemenistão. Foi uma lufada de ar fresco num país que foi governado até Dezembro do ano passado por Saparmyrat Ataýewiç Nyýazow que, numa das suas medidas de mais funestas consequências, alterou a designação dos dias da semana e dos meses para nomes de familiares seus. Outras inovações que revelam o grande alcance da sua magistratura foram a proibição da ópera e do balé, o despedimento de todas as enfermeiras do país, o encerramento de todos os hospitais localizados fora da capital e a proibição de maquilhagem na televisão. Como atenuante tem o facto de toda a família ter sido morta num terramoto em 1948, tendo Saparmyrat sido educado num orfanato soviético. Em resumo, não gostaria de me cruzar na rua com um enfermeiro nacionalista turcomeno abespinhado. Mesmo em Agosto.
15 de fevereiro de 2007
14 de fevereiro de 2007
14. Diário da República
Fiquei um pouco abalado pela aparente decadência do alvará e do edital.
13 de fevereiro de 2007
13. Sebastián
O que me parece claro é que esta mania de «Era preferível que isto aqui fosse [um qualquer país mais desenvolvido que Portugal]» é mais uma manifestação de um velho costume nacional (português e não norueguês): esperar que alguém apareça, afastando com a sua espada o nevoeiro nacional, e resolva todos os problemas sem termos grandes chatices. A ideia é simpática. Agrada-me. Dez milhões de pessoas deitadas na relva a ouvir concertos de harpa, à beira de rios de mel e vodca norueguesa.
12 de fevereiro de 2007
12. Números
No entanto, há algo que me atormenta: a lista dos mais mortíferos regimes é encabeçada pela República Popular da China. A Alemanha nazi terá no seu notável registo apenas 21 milhões de mortos entre 1933 e 1945. O colonialismo ocidental cerca de 50 milhões durante o século XX. A União Soviética 62 milhões entre 1917 e 1987. A China governada pelo Partido Comunista terá sido responsável, desde 1949, por 77 milhões de mortes, com genocídios de minorias étnicas, assassinatos políticos, massacres, execuções extra-judiciais, períodos de fome em massa e outras atrocidades variadas. Mao Tse Tung, o grande líder até 1976, está à frente da lista dos mais cruéis ditadores de sempre.
As simpáticas relações comerciais, diplomáticas e culturais com a China são comparáveis com um tratado de amizade e cooperação com o regime nazi? Ou são piores? Nos anos 40, Portugal vendia volfrâmio em troca de dentes de ouro derretidos. Hoje, a China, ainda governada pelo mesmo partido, é um estado respeitável com quem mantemos relações proveitosas. Afinal a China é a super-potência do século XXI. Não vamos falar de coisas aborrecidas: é preciso ser construtivo.
11 de fevereiro de 2007
10 de fevereiro de 2007
9 de fevereiro de 2007
9. Candide
«On se mit à table, et après un excellent dîner, on entra dans la bibliothèque. Candide, en voyant un Homère magnifiquement relié, loua l'illustrissime sur son bon goût.
- Voilà, dit-il, un livre qui faisait les délices du grand Pangloss, le meilleur philosophe de l'Allemagne.
- Il ne fait pas les miennes, dit froidement Pococuranté; on me fit accroire autrefois que j'avais du plaisir en le lisant; mais cette répétition continuelle de combats qui se ressemblent tous, ces dieux qui agissent toujours pour ne rien faire de décisif, cette Hélène qui est le sujet de la guerre, et qui à peine est une actrice de la pièce; cette Troie qu'on assiège et qu'on ne prend point, tout cela me causait le plus mortel ennui. J'ai demandé quelquefois à des savants s'ils s'ennuyaient autant que moi à cette lecture. Tous les gens sincères m'ont avoué que le livre leur tombait des mains, mais qu'il fallait toujours l'avoir dans sa bibliothèque, comme un monument de l'antiquité, et comme ces médailles rouillées qui ne peuvent être de commerce.»
«Martin aperçut des rayons chargés de livres anglais.
- Je crois, dit-il, qu'un républicain doit se plaire à la plupart de ces ouvrages, écrits si librement.
- Oui, répondit Pococuranté, il est beau d'écrire ce qu'on pense; c'est le privilège de l'homme. Dans toute notre Italie, on n'écrit que ce qu'on ne pense pas; ceux qui habitent la patrie des Césars et des Antonins n'osent avoir une idée sans la permission d'un jacobin. Je serais content de la liberté qui inspire les génies anglais si la passion et l'esprit de parti ne corrompaient pas tout ce que cette précieuse liberté a d'estimable.»
8 de fevereiro de 2007
8. Decreto-Lei
7 de fevereiro de 2007
7. Frente a Frente
OR - Bem-vindos a O Ressio. Peço que cada um dos intervenientes apresente brevemente a sua posição sobre o referendo sobre o aborto. Pode começar a Dona Maria I.
DMI - Muito boa tarde. Em primeiro lugar quero felicitar O Ressio por esta iniciativa. Penso que é um assunto muito importante e fico feliz por também poder participar na votação de domingo. Estou inscrita na Junta de Freguesia da Ajuda e tenciono ir votar com o meu marido logo pela manhã. E tenciono votar Não porque, veja bem, uma mulher que engravida é porque andou enrolada com um camareiro ou moço de cavalariça. Se andou enrolada é para ter a criança. E depois logo se vê. Ou vai desterrada para o Pará ou manda-se a criança para as galés. Agora andar a pagar abortos nem pensar.
MDP - Ah ah ah. Com todo o respeito, Sua Majestade é louca. Aliás, depois do que ouvi aqui penso que não é preciso dizer mais nada sobre isso. Nem entendo a ideia de convidarem uma pessoa que perdeu o juízo em 1792 para discutir um tema destes. Eu também vou votar, mas voto Sim. Eu penso que a mulher tem direito de decidir o que faz com o seu corpo. Não vou ser eu a mandar esquartejar em Belém uma abortadeira ou uma mulher que faz isso. Isso é lá com elas...
DMI - E com a criança, que vai cair numa qualquer latrina pública. São uns assassinos. Um embrião é uma vida. Um ser humano. Eu tive sete filhos. Vi morrer seis. Sei o que é ...
MDP - Não vamos começar com essas choradeiras do costume. Isso é conversa para os seus amiguinhos padres. A verdade é que o aborto é uma decisão médica privada. É algo que fica entre a mulher e o seu médico. O Estado não tem que andar a proibir ou a permitir...
DMI - Não me admira que este Senhor pense assim. Afinal a vida significa pouco para ele. As pessoas que mandou matar. Minhas amigas. Conhecia muito bem. Nunca me saiu da cabeça o que aconteceu à ...
MDP - Tretas. Agora que não tem argumentos põe-se a falar de política. A mim não me dá lições de democracia. Eu estive em Belgrado! Eu fui lá falar com o ... com o ... Enfim, eu fui lá falar. Eu sei o que é a vida. E a vida humana não é um embrião com dez semanas. Tenha paciência, Dona Maria, mas é melhor arranjar uma outra maneira de discutir.
DMI - Ah, pois. Para si não é vida nem com dez semanas, nem com um ano, nem com trinta. É sempre carne para triturar. Esta foi boa... A mim não me apanha ele. Eu não sou carne para triturar. Ah, pois.
MDP - Ah, pois. Essa escapou-se-me bem. Agora também já não tenho saúde. Enfim...
OR - Ah, pois. Assim, terminamos o nosso «Frente a Frente». Agradeço aos nossos dois convidados, Dona Maria, Dom Sebastião José. Boa tarde.
6 de fevereiro de 2007
6. Certeza
2006 Scoop
2005 Match Point
2004 Melinda & Melinda
2003 Anything Else
2002 Hollywood Ending
2001 The Curse of the Jade Scorpion
2000 Small Time Crooks
1999 Sweet and Lowdown
1998 Celebrity
1997 Deconstructing Harry
1996 Everyone Says I Love You
1995 Mighty Aphrodite
1994 Bullets Over Broadway
1993 Manhattan Murder Mystery
1992 Husbands and Wives
1992 Shadows and Fog
1990 Alice
1989 Crimes and Misdemeanors
1988 Another Woman
1987 September
1987 Radio Days
1986 Hannah and Her Sisters
1985 The Purple Rose of Cairo
1984 Broadway Danny Rose
1983 Zelig
1982 A Midsummer Night’s Sex Comedy
1980 Stardust Memories
1979 Manhattan
1978 Interiors
1977 Annie Hall
1975 Love and Death
1973 Sleeper
1972 Everything You Always Wanted to Know About Sex * But Were Afraid to Ask
1971 Bananas
1969 Take the Money and Run
1966 What’s Up, Tiger Lily?
O próximo passo é memorizar esta lista. Stardust Death, não Stardeath Dust, Manhattan Over Broadway, Maluda & Maluda...
5 de fevereiro de 2007
5. para a Meia-Noite
4 de fevereiro de 2007
4. Voto
3 de fevereiro de 2007
3. Calgary
2 de fevereiro de 2007
2. A miragem
1 de fevereiro de 2007
1. O Pónei
«JERRY: Horses. They're like big riding dogs.
ELAINE: What about ponies? What kind of abnormal animal is that? And those kids who had their own ponies..
JERRY: I know, I hated those kids. In fact, I hate anyone that ever had a pony when they were growing up.
MANYA: ... I had a pony.
(The room is dead quiet)
JERRY: ... Well, I didn't really mean a pony, per se.
MANYA: (Angry) When I was a little girl in Poland, we all had ponies. My sister had pony, my cousin had pony, ... So, what's wrong with that?
JERRY: Nothing. Nothing at all. I was just merely expressing...
HELEN: Should we have coffee? Who's having coffee?
MANYA: He was a beautiful pony! And I loved him.
JERRY: Well, I'm sure you did. Who wouldn't love a pony? Who wouldn't love a person that had a pony?
MANYA: You! You said so!
JERRY: No, see, we didn't have ponies. I'm sure at the time in Poland, they were very common. They were probably like compact cars..
MANYA: That's it! I've had enough! (She leaves the room)
ISAAC: Have your coffee, everyone. She's a little upset. It's been an emotional day.
(Isaac leaves, everyone looks at Jerry)
JERRY: I didn't know she had a pony. How was I to know she had a pony? Who figures an immigrant's going to have a pony? Do you know what the odds are on that? I mean, in all the pictures I saw of immigrants on boats coming into New York harbor, I never saw one of them sitting on a pony. Why would anybody come here if they had a pony? Who leaves a country packed with ponies to come to a non-pony country? It doesn't make sense... am I wrong?»
Larry David and Jerry Seinfeld, in «The Pony Remark», 1991