O inepto Senhor Feijão faz os maiores disparates como espião dos serviços secretos de Sua Majestade Britânica. O ambicioso Senhor Feijão tenta mostrar que não é inepto colocando a culpa dos seus sucessivos fracassos no seu colega de trabalho, o Senhor Bough. O trapalhão Senhor Feijão gosta que pensem que é o sofisticado e sedutor Senhor Feijão. Mas é apenas o trapalhão e inepto Senhor Feijão. Os sucessos do Senhor Feijão são provocados por acasos ou pela actividade de outros. Mas o Senhor Feijão fica contente por ser ele a ficar com o mérito dos sucessos provocados por acasos ou pela actividade de outros.
Gostei do Johnny English porque, apesar de o classificar como um mau filme, tem esta figurinha ingénua, que vive num mundo que não existe. Gostei porque o mundo está cheio de Senhores Feijões que vivem impunemente as suas vidas com base em ficções, para não dizer que vivem as suas vidas com base em mentiras. A diferença para o mundo real é que muitos desses Feijões reais não são ingénuos nem vivem as suas ficções de forma inocente. Em vez disso planeiam essas ficções de forma meticulosa e maldosa, parasitando premeditadamente o trabalho e o esforço dos outros com o objectivo de se promoverem e de «subirem» na vida. Conseguem sobreviver aos seus fracassos fazendo com que a culpa desses fracassos pareça sempre alheia à sua vontade e ao seu contínuo esforço de fazer sempre o melhor. Utilizam os mecanismos mais complicados para atingirem os seus objectivos: adulam, mentem, insinuam, ignoram, sobrepõem-se, aparecem em todo o lado, desaparecem misteriosamente, sugam, sobrevivem. Infelizmente os Senhores Feijões da vida real não são assim tão simpáticos, divertidos e inofensivos como as personagens de Rowan Atkinson.
31 de março de 2007
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