8 de março de 2007

36. Rendimentos

A declaração de rendimentos é algo de muito aborrecido. Acho que a Direcção-Geral de Impostos deveria levar mais a sério as minhas sugestões do ano passado: os campos numéricos de preenchimento obrigatório deveriam ser intercalados com questões qualitativas, como as seguintes:
- número de infracções ao trânsito (a adicionar ao rendimento);
- número de dias em que se disse bom dia no elevador (a deduzir ao rendimento);
- descobrir erros ortográficos num texto (a deduzir à colecta por erro descoberto);
- cores favoritas (neutro, a menos que seja o carmim);
- número de actos eleitorais em que participou como eleitor (deduzir);
- qual o livro que está a ler neste momento (neutral);
- qual o concerto ao vivo em que se divertiu mais (neutral);
- pensa muitas vezes em como poderia ter sido mais feliz na sua infância (abater à colecta);
- sequência de imagens para adivinhar (abater se certo);
- qual a capital do Mali (abater se certo);
- referir três serras portuguesas (abater número de serras certas);
- pequena composição de uma página sobre tema à escolha (a deduzir de acordo com avaliação por comissão de peritos);
- contribuir com um provérbio, canção popular ou artigo artesanal para o espólio de arte popular (a deduzir);
- etc.

Em alternativa, ou em acumulação, a declaração electrónica poderia ser apresentada sob a forma de blogue, com artigos, imagens ou ficheiros media de interesse geral entre os campos numéricos de preenchimento obrigatório.

Acho que a declaração de rendimentos pode, e deve, ser uma tarefa divertida e de intensa interacção cívica.

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