6 de março de 2007

34. Meia-noite e trinta

É o problema dos trinta. Mais ou menos como a equivalência de idade entre humanos e caninos. A partir das dez da noite cada minuto para alguém com 20 anos é equivalente a cerca de 2 minutos para alguém com 30. Assim, esta hora (00:30) para um vintão é equivalente a 03:00 para um trintão.
Por isso, limito-me a repetir que «...a mentira só no outro se torna imoralidade como tal. Toma este por estúpido e serve de expressão à irresponsabilidade. Entre os insidiosos práticos de hoje, a mentira já há muito perdeu a sua honrosa função de enganar acerca do real. Ninguém acredita em ninguém, todos sabem a resposta. Mente-se só para dar a entender ao outro que a alguém nada nele importa, que dele não se necessita, que lhe é indiferente o que ele pensa acerca de alguém. A mentira, que foi outrora um meio liberal de comunicação, transformou-se hoje numa das técnicas da insolência, graças à qual cada indivíduo estende à sua volta a frieza, e sob cuja protecção pode prosperar.» (Theodor Adorno, retirado do Citador).
Nunca tinha ouvido falar neste filósofo alemão. Mas esta citação pareceu-me muito adequada ao buliçoso dia-a-dia num edifício de escritórios de uma grande metrópole moderna.

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