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De acordo com o Observatório Astronómico de Lisboa, a hora de Verão foi aplicada em Portugal pela primeira vez no Verão de 1916. Até 1911, vigorava, no Continente, a hora do meridiano de Lisboa (meridiano de Greenwich menos 36 minutos). A partir desse ano, o fuso horário do Continente passou a ser a do meridiano de Greenwich, excepto entre 1967 e 1975 e 1993 e 1996, quando passou a ser a hora central europeia. Nos Verões de 1916 a 1921, 1924, 1926 a 1929, 1931 e 1932, e desde 1934, passou a vigorar o horário de Verão - mais uma hora face à hora de Inverno. Nos Verões de 1942 a 1945 a diferença entre o horário de Verão e de Inverno foi mesmo de 2 horas.
O horário de Verão foi inventado por William Willett em 1905 num dos seus passeios matinais a cavalo. Felizmente, a sua invenção só foi posta em prática em 1916. Desde então, as populações das zonas temperadas do globo são manipuladas anualmente com a justificação da poupança de energia. Esta explicação nunca me convenceu por completo. Não entendo porque durante uma parte do ano tenho de acordar de noite e adormecer de dia. Não entendo porque se consome menos electricidade, sendo as horas diurnas e nocturnas exactamente as mesmas.
Numa fase da minha vida tentei implementar o horário natural, correspondente ao fuso horário de Lisboa. Mesmo no Verão. No entanto, chegar ao trabalho às 10:30 (hora legal) nunca foi muito bem compreendido. Tentei combinar almoços às 2 da tarde, mas acabei sempre sozinho a comer restos no refeitório. Acabei por me render à vida proletária e a ser mais uma cobaia nesta gigantesca manipulação, durante os 7 meses do ano em que vigora a invenção do Sr. Willett.
Mas prometo que quando me libertar da prisão laboral volto ao fuso horário de Lisboa. O que me lembra que ainda não vi os resultados do euromilhões.
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