26 de fevereiro de 2008

244. Búfalo

«E ali estava agora sentada, quieta no casaco marrom. O banco ainda parado, a maquinaria da montanha-russa ainda parada. Separada de todos no seu banco parecia estar sentada numa igreja. Os olhos baixos viam o chão entre os trilhos. O chão onde simplesmente por amor - amor, amor, não o amor! - onde por puro amor nasciam entre os trilhos ervas de um verde tão leve tão tonto que a fez desviar os olhos em suplício de tentação. A brisa arrepiou-lhe os cabelos da nuca, ela estremeceu recusando, em tentação recusando, sempre tão mais fácil matar.»

Clarice Lispector, Laços de Família, 1960.

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