13 de fevereiro de 2008

228. Cebola II

«Foram tempos loucos de dança. Nós, os vencidos, estávamos sedentos pela música libertadora, com a duração de um blues, dos vencedores transatlânticos: «Don't fence me in...».
Tratava-se de festejar a sobrevivência e de esquecer os respectivos acasos encenados pela guerra. Aquilo que tinha sido vergonhoso ou terrível e que espreitava por trás das costas não vinha à baila. O passado e o terreno montanhoso que surgiu das valas comuns era aplanado na superfície de dança de sábado para domingo.»

Descascando a Cebola, Günter Grass, 2006

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