4 de fevereiro de 2008

224. Cebola

«Aliás, a sequência cronológica da minha história aperta-me como um espartilho. Ah, se eu pudesse remar agora para trás e aterrar numa das praias do Báltico, onde em criança moldava castelos com areia molhada... ah, seu eu me pudesse sentar uma vez mais debaixo da janela do sótão e pudesse ler, perdido de mim, como nunca mais depois disso... ou voltar a estar acocorado debaixo de uma lona de tenda com o meu camarada Joseph e lançar dados pelo futuro, naquele tempo, em que parecia estar ainda fresco como o orvalho e como que acabado de nascer...»

Descascando a Cebola, Günter Grass, 2006

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