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27 de outubro de 2009

2 de setembro de 2009

15 de outubro de 2008

421. Istambul II

420. Istambul

«A cidade toma por vezes outro rosto. As cores vivas das ruas que no-la tornam familiar apagam-se de repente, e compreendo nesse instante que essa multidão ainda há pouco misteriosa nada mais faz do que caminhar desesperada, desde há séculos pelos passeios. Os parques transformam-se em campos lamacentos e tristes, as praças eriçadas de postes eléctricos e de cartazes publicitários, cobrem-se de blocos de betão anónimos e a cidade, como a minha alma, torna-se um espaço vazio, desesperadamente vazio. A insalubridade das ruelas e o cheiro nauseabundo dos caixotes do lixo abertos, os eternos buracos nos passeios, as subidas, as descidas, a desordem, a confusão, a algazarra que fazem com que Istambul seja Istambul, dão-me a sensação de que há qualquer coisa de insuficiente, de malévolo, de incompleto na minha alma e na minha vida, mais do que na cidade. É como se Istambul se tornasse o destino que mereço. Ao mesmo tempo, sou um elemento que a polui. Enquanto a sua tristeza influencia delicadamente a minha pessoa, e vice-versa, compreendo que passou a validade de ambos, a minha e a da cidade: tal como ela, estou morto, sou um cadáver que ainda respira, um miserável condenado à derrota e à sujidade - é assim que as ruas me fazem sentir. Nesses momentos, até a vista do Bósforo, tremelicando como um lenço por entre os prédios de betão, recentes e feios, cujo peso me esmaga a alma, não pode dar-me qualquer esperança. Então sinto que o pior está para acontecer, que o verdadeiro sentimento de tristeza, insuportável e destrutivo emanando das ruas longínquas e invisíveis de Istambul, se aproxima de mim. Apresso-me então, a exemplo de qualquer istambulense experiente que detecta, pelo simples cheiro das algas e do mar que paira progressivamente na cidade, a aproximação de uma tempestade trazida pelo vento sul, a voltar para casa o mais rapidamente possível, como todos aqueles que preferem estar no sossego do lar durante um cataclismo, uma hecatombe, um tremor de terra, ou uma tempestade de vento sul.»

Orhan Pamuk in Istambul - Memórias de Uma Cidade, 2003

8 de julho de 2008

284. Férias

«I do not think much of the Mosque of St. Sophia. I suppose I lack appreciation. We will let it go at that. It is the rustiest old barn in heathendom. I believe all the interest that attaches to it comes from the fact that it was built for a Christian church and then turned into a mosque, without much alteration, by the Mohammedan conquerors of the land. They made me take off my boots and walk into the place in my stocking-feet. I caught cold, and got myself so stuck up with a complication of gums, slime and general corruption, that I wore out more than two thousand pair of boot-jacks getting my boots off that night, and even then some Christian hide peeled off with them. I abate not a single boot-jack.

St. Sophia is a colossal church, thirteen or fourteen hundred years old, and unsightly enough to be very, very much older. Its immense dome is said to be more wonderful than St. Peter's, but its dirt is much more wonderful than its dome, though they never mention it. »

in Innocents Abroad, Mark Twain (1869)

2 de julho de 2008

272. Férias

«On Troy's last day, alas, the populous
Shrines held carnival, and girls and boys
Flung garlands to the wooden horse; so we
Burrow into the lion's mouth to die.
Lord, from the lust and dust thy will destroys
Raise an unblemished Adam who will see
The limbs of the tormented chestnut tree
Tingle, and hear the March-winds lift and cry:
"The Lord of Hosts will overshadow us."»

Robert Lowell, 1946.