«No Pátio do Evaristo morava a Senhora Rosa que tinha dois pretendentes: o Narciso, que bebia para afogar suas mágoas, e o Evaristo droguista, pessoa de génio agreste, pai da menina Celeste, aspirante a pianista, patrão do João Magrinho, caixeiro da drogaria, e do Alfredo, que morria de amores por uma vizinha, a mesma que namorava o irmão, o Carlos Bonito. A Amália que era uma artista bonita, mas leviana, bem diferente da irmã, a recatada Susana. O avô das raparigas, o Senhor Heitor, morava por baixo do engenhocas que transmitia as cantigas que todo o pátio cantava. Na casa ao lado vivia um russo, o Bóris Dunov, a Senhora Margarida e, em baixo, no rés-do-chão, os irmãos Marques: Ernesto, Vicente e Sebastião. Falta a Maria da Graça, com o seu claro sorriso, que até faz perder o tino ao rebento do Narciso, o grave Rufino Fino.»
António Lopes Ribeiro, O Pátio das Cantigas, 1942.
13 de setembro de 2009
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