«É domingo ainda e chove ainda
num vago jardim perdido.
Fora de mim qualquer coisa em mim finda
como em alguém desconhecido.
Como se fosse domingo
no desfeito sonho de alguém
sonhando comigo,
lembro-me (quem?)
de outro jardim, de outro domingo
indistintamente existindo,
como eu próprio, em mim.
Agora em que jardim
alheio e indiferente
chove em mim para sempre?
Também eu sou outro
transportando um morto.»
Manuel António Pina.
27 de dezembro de 2009
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